quinta-feira, 24 de junho de 2010

Os Quadrilheiros de Pernambuco

Apresentação dos Quadrilheiros da LUMIAR 2010

O mês de Junho é caracterizado por danças, comidas típicas, bandeirinhas, além das peculiaridades de cada região. É a festa junina, que se inicia no dia 12 de Junho, véspera do Dia de Santo Antônio e encerra no dia 29, dia de São Pedro. O ponto mais elevado da festa ocorre entre os dias 23 e 24, o Dia de São João. Durante os festejos acontecem as quadrilhas, os forrós, leilões, bingos e os casamentos caipiras.
E falando de dança, não podemos deixar de comentar sobre os maiores artistas do movimento, os quadrilheiros. São os atores primeiros dos agenciamentos dos conteúdos simbólicos tradicionais.
Quadrilheiros da Raio de Sol 2010

Os quadrilheiros de Pernambuco são os que definem o que será lançado para a apreciação crítica do Estado. Com bases na tradição, essa seleção prévia revela o quão conservadora ou inovadora será a quadrilha naquele determinado ciclo junino. Portanto, é na construção do espetáculo que teremos que ver e o que criticar, quais serão as mais faladas e as menos faladas. No fluxo do movimento saem da posição de criadores para a de censores, avaliando e classificando o que tem "cara de quadrilha" ou o que "fica fora do contexto e sem sentido".
Assistam ao vídeo da apresentação dos espetáculos das quadrilhas Lumiar e Raio de Sol:

Lumiar


Raio de Sol

FONTE:
MENEZES NETO, Hugo. O balancê no arraial da capital: quadrilha e tradição no São João do Recife. Recife: Ed. Do autor, 2009.

Link: http://www.saojoaodorecife.com.br/

domingo, 2 de maio de 2010

Ainda estamos em atividade!

Caros amigos,

Faz um bom tempo que iniciamos as atividades desse blog, mas infelizmente, por vários motivos de ordem pessoal, deixamos as postagens em segundo plano. Pretendo convidar novos colaboradores na intenção de continuar divulgando um pouco da "Cultura Pernambucana".

Para estimular essas ações e a curiosidade sobre a história da cultura de Pernambuco, vejam este documentário sobre a vida e a obra de Mestre Vitalino.




Abraço e até breve,

Luiz Santos

sexta-feira, 25 de dezembro de 2009

O Ícone Junino


Acender a fogueira
Soltar balão
Marcar a quadrilha
Lá no palhoção
Vamos festejar meu são João


(Refrão da Música: "Quadrilha No Pé de Serra" de Flávio José)


O São João, uma festa tipicamente nordestina, acontece sempre no mês de Junho, não poderia existir sem seu elemento mais importante que propaga toda uma magia para aqueles que se envolve e para aqueles que o admiram, eu vos falo da quadrilha junina.

Trazida pela corte no século XIX a quadrilha se transformou em um dos elementos fundamentais nas festas juninas. À medida que foi se popularizando, principalmente no Brasil e em Portugal, o nome "quadrilha" foi começando a ser utilizado, seguindo, aliás, uma terminologia utilizada na Espanha e na Itália, onde identificava a contradança, dançada por quatro pessoas. Desta "quadrilha de quatro" derivou a "quadrilha geral".


(Quadrilha Truaka de 1992)

Para brincar quadrilha, não é muito difícil, a quadrilha improvisada é uma das mais praticadas no meio da festa de São João. Geralmente tudo começa com o casamento matuto, ou casamento da roça, no casamento alguns personagens não podem faltar: o "noivo e a noiva"; na maioria das vezes o noivo não quer casar, os pais da noiva, principalmente o pai, armado com uma espingarda daquelas de carregar pela boca, para forçar o noivo a "cumprir o dever". Os pais do noivo, uma amante do noivo que algumas vezes se encontra grávida do noivo, que tenta, na última hora, não deixá-lo casar, amigos e amigas do casal, estão sempre presentes. E o padre, evidentemente. Como se pode ter casamento na roça sem o seu vigário? Bonachão e transformando-se na figura mais importante da festa, contando, para isso, com a importante contribuição de uma viúva beata. E como tudo acaba em festa, o casamento termina em quadrilha.

As quadrilhas juninas, principalmente as quadrilhas urbanas (das capitais) hoje convertidas a um novo modelo, criam os novos estilos, uma nova e bem mais eficaz forma para se comunicar com o público. As chamadas quadrilhas estilizadas têm mais o caráter de propagar um grande espetáculo para o povo, diferente das quadrilhas tradicionais, que tem mais a índole de divertir os membros da quadrilha e uma quantidade limitada de pessoas que as assistem, como amigos e parentes dos dançarinos da quadrilha; não que as estilizadas não sejam divertidas para quem dançam, entretanto, perdeu a propriedade do improviso. Essas reinvenções das quadrilhas juninas criam novas linguagens e novas maneiras de se comunicar com o público, como diz LIMA:

Não há, portanto, como mais se sustentar a ideia destas presas às categorias da tradição ou da origem; se tais enunciados ainda são utilizados nos discursos e na prática da festa junina, existem como instrumentos de substância, de legitimação e instituição; existem como linguagem de um tempo pretérito, para se apresentarem na festa junina em sua versão urbana, como dispersão, como deslocamentos de sentidos que afastam-se cada vez mais de um pretenso “modelo original”. (LIMA, 2002, p. 139)

A quadrilha é um exemplo de dinâmica da cultura popular, caiu no gosto do povo, e se introduziu nas tradições brasileiras, se tornando a grande festa do ciclo junino.


(Quadrilha Junina Lumiar no Teatro Guararapes em 2008)

Bibliografia:

LIMA, Elizabeth Christina de Andrade. A Fábrica dos Sonhos: a invenção da festa junina no espaço urbano. João Pessoa: Ideia, 2002.
MENEZES NETO, Hugo. O balancê no arraial da capital: quadrilha e tradição no São João do Recife. Recife: Ed. Do autor, 2009.

quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

I Jornada do Patrimônio Cultural

Caros Amigos,

Convidamos todos a participarem da I Jornada do Patrimônio Cultural, que acontecerá no dia 18 de dezembro (sexta-feira), no Palácio da Soledade Iphan–Católica. O evento contará com palestras, debates sobre educação patrimonial, feira de ciências dos alunos do Liceu Nóbrega de Artes e Ofícios e o “balcão de parceiros”, com a participação das principais instituições que trabalham com patrimônio cultural em Pernambuco.

domingo, 13 de setembro de 2009

As Festas Juninas


Céu de estrela sem destino
De beleza sem razão
Tome conta do destino, Xangô
Da beleza e da razão
(...)
Fogo, fogo de artifício
Quero ser sempre o menino
As estrelas deste mundo, Xangô
Ai, São João, Xangô Menino


(São João, Xangô menino – Caetano Veloso)

As Festas Juninas são manifestações com grande participação popular, com um significado profundo, ligado a tradição. Está relacionada à política e à economia regional.
Hoje, a festa assumiu uma feição muito própria. O evento inseriu-se na lógica da sociedade de consumo e faz parte da Indústria Cultural (consequência do nosso sistema capitalista, acendendo a discussão se é ou não Cultura Popular).

Entretanto, constatar e afirmar que a festa junina perdeu o seu caráter rural e o seu estatuto de festa de arraial, com profundos laços identitários com as comunidades rurais ou com determinados bairros tradicionais da cidade do Recife, não resolvemos o problema, é uma discussão quase sem fim, só não podemos esquecer que a cultura rural é a gênese deste movimento (O Ciclo Junino no Nordeste brasileiro).

Vale salientar, que as festas de São João, principalmente com a participação das Quadrilhas Juninas; que é predominante nos bairros de periferia da Cidade do Recife, é típico da região Nordeste, claro que há outros Estados brasileiros que comemoram a festa, até países da Europa, católicos, protestantes e ortodoxos não deixam de festejar no mês de Junho, mas é no Nordeste que a festa traveste de caráter tradicional. Em algumas festas de São João européias são realizadas a fogueira de São João e a celebração de casamentos reais ou encenados, semelhantes ao casamento fictício que é um costume no baile da quadrilha nordestina.

Referência Bibliográfica:

MORIGI, Valdir Jorge. Narrativas do Encantamento: o maior São João do Mundo, mídia e cultura regional. Porto Alegre: Armazém Digital, 2007.


MENEZES NETO, Hugo. O balancê no arraial da capital: quadrilha e tradição no São João do Recife. Recife: Ed. Do autor, 2009.

Vejam uma reportagem de 2007 sobre a Festa Junina:


sábado, 12 de setembro de 2009

EXPOSIÇÃO ITINERANTE "LUA GONZAGA"


A Universidade Católica de Pernambuco promeve de 14 a 18 de setembro a Exposição Intenerante "Lua Gonzaga", exibindo peças que retratam um pouco da história do nosso Rei do Baião. A abertura acontece às 15h. A exposição faz parte do Festival de Primavera da UNICAP.



PERÍODO: 14 a 18 de setembro / 2009
Local: Espaço Receptivo - Bloco G - 1º andar
Horário: das 15h às 21h

quinta-feira, 10 de setembro de 2009

Festival homenageia 100 anos de Mestre Vitalino

EXPOSIÇÃO

Narrativas em Barro: vida e obra de Vitalino Pereira dos Santos - de 20/09 a 30/12

A vida e a obra de Vitalino Pereira dos Santos retratadas em 61 peças feitas por um dos maiores artistas populares do Brasil e que pertencem ao acervo do Museu do Homem do Nordeste. A exposição é dividida em dois grandes módulos: O Homem e O Artista.

Dos caxixis — que fazia para brincar, quando criança, com a mãe louceira e o pai agricultor — à vida adulta, como torcedor do Central, tocador de pífano e pai de seis filhos, os primeiros aprendizes de sua arte. Essa é a temática do primeiro módulo.

No segundo módulo, o visitante terá um panorama de sua obra: como Vitalino criava suas peças, seus instrumentos e as diversas fases que percorreu segundo a divisão proposta pelo antropólogo René Ribeiro, retratando os mais diversos temas, como as festividades no Agreste, as profissões e as cenas do cotidiano vividas pelo próprio artista.



ABERTURA OFICIAL

Dia 20/09/2009, DOMINGO
Programa Família no Museu – Abertura oficial do Festival
Local: Museu do Homem do Nordeste
Horário: das 13h às 18h
Endereço: Avenida 17 de Agosto, 2187 - Casa Forte - Recife/PE




Fonte: Fundação Joaquim Nabuco - http://www.fundaj.gov.br